terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Bob Fernandes e o silêncio revelador. Precisa dizer mais?

É preciso ter muita cara-de-pau para alavancar argumentos que justifiquem o silêncio da mídia sobre o livro "A Privataria Tucana", lançado na última sexta-feira. A obra é líder absoluta em vendas e já esgotou a primeira edição.

O comentário de Bob Fernandes, no jornal da TV Gazeta (veja o vídeo abaixo) chama a atenção para este "estranho(?) comportamento" da grande imprensa brasileira. Ela não divulga, não questiona, não noticia uma linha sequer sobre a obra. Um caso típica de mordaça a um assunto de grande relevância para o país, amplamente discutido na internet há quase uma semana.

Bob Fernandes faz a os questionamentos que todos nós gostaríamos de fazer. A transcrição da fala vem logo abaixo.



Transcrição

Sete ministros da presidente Dilma já caíram. sempre em razão de denúncias de corrupção ou tráfico de influência. Em todos os casos, a mídia cumpriu seu papel. Investigou e manchetou. Impiedosamente. A oposição botou a boca no trombone, como lhe cabe fazer. Mas desde sexta-feira o que se ouve é um


Estrondoso Silêncio.


Sexta-feira chegou às livrarias "A privataria tucana".



De autoria do jornalista Amaury Ribeiro Jr, o livro trata de um milionário esquema de lavagem de dinheiro. Dinheiro que seria fruto de operações desde a época em que, no governo Fernando Henrique, o Brasil privatizou seu setor de telefonia.


O livro tem 340 páginas: 112 páginas são documentos. Documentos confidencias da CPI do Banestado, documentos obtidos em juntas comercias, e em paraísos fiscais. Personagens centrais do livro são o ex-diretor do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de OIiveira, e José Serra. Serra e alguns dos seus familiares.


Também na sexta-feira, a revista Carta Capital chegou às bancas com o mesmo tema: o livro de Amaury. Na sexta a revista Terra Magazine entrevistou Amaury, no sábado o jornal da Gazeta informou, as redes sociais debatem desde então. E é só. Nenhuma notícia nos telejornais, jornais, na chamada Grande Mídia. Só um silêncio ensurdecedor.


Se murmura que faltaria credibilidade a Amaury Ribeiro. Isso por ele ter sido indiciado pela Polícia Federal. Há um ano, sob acusação de espionar Serra e sua família. Em seu livro, Amaury diz que investigava, isso sim, era a espionagem no ninho tucano. Da campanha de Serra contra Aécio Neves.
Perguntas: alguém invocou credibilidade do Sombra, aquele que recebia e pagava e levou à queda do governador Arruda? E quando Roberto Jefferson denunciou o chamado mensalão? Os motivos que o levaram à denúncia, a sua carreira até então, silenciaram o noticiário? Não. E nem deveriam silenciar.O policial João Dias, que recebia dinheiro como confessou, há pouco levou à queda do ministro dos Esportes, Orlando Silva. O policial fez a denúncia dizendo ter um vídeo onde entregava dinheiro para o ministro ou os seus. O vídeo não existe. Mas o noticiário seguiu, fatos surgiram e o ministro caiu.


E Paulo Lacerda? O íntegro, o competentíssimo, honesto delegado que refundou a Polícia Federal? Lacerda deixou a Abin, foi para o exílio em Portugal por conta de um grampo eletrônico que nunca existiu. Mas que serviu para começar a matar a operação Satiagraha. Aquela que prendeu Daniel Dantas. Dantas que também está no livro.

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