Do site da Carta Capital
Em encontro com blogueiros potiguares, o neurocienista Miguel Nicolelis fala sobre ciência, democracia, política e jornalismo
Por Ricardo Negrão
(Texto enviado pelo blogueiro Alisson Almeida, direto de Natal)
Os blogueiros do Rio Grande do Norte fizeram uma prévia do encontro estadual que ocorrerá nos dias 25, 26 e 27 de março. E convidaram o neurocientista Miguel Nicolelis, que aderiu ao Twitter faz pouco tempo. O relato do encontro segue abaixo:
Em encontro com blogueiros potiguares, Nicolelis fala sobre ciência, democracia, política e jornalismo
O movimento dos Blogueiros Progressistas do Rio Grande do Norte recebeu, na noite desta sexta-feira (28), o neurocientista Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke (EUA) e co-fundador do Instituto Internacional de Neurociência de Natal Edmond e Lilly Safra. O evento, realizado no auditório da Livraria Siciliano (Shopping Midway Mall), serviu como preparação para o 1º Encontro de Blogueiros Progressistas do RN, marcado para os dias 25, 26 e 27 de março.
O tema do bate-papo foi “Redes sociais, participação política e desenvolvimento da ciência”. Nicolelis iniciou dizendo que sua participação no evento demonstrava o poder dessas novas formas de comunicação. “Estou no Twitter há apenas 15 dias, mas já estou aqui para falar sobre redes sociais – mesmo sem saber nada sobre isso”, brincou, arrancando risos da plateia.
Em seguida, disse que o título da palestra poderia ser “Eu juro que eu sou eu”, fazendo referência ao debate travado com uma badalada blogueira potiguar, a quem teve que provar que seu recém-criado perfil no Twitter não era um fake.
Nicolelis aproveitou o episódio como gancho para tratar da questão da identidade no contexto das redes sociais. Ele sustentou que o modelo de mundo que conhecemos, bem como nossa identidade, não passa de uma “simulação” do cérebro. Emendou dizendo que a “cultura do ‘eu’ é uma ilusão”.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Paulo Henrique Amorim: PiG é PiG (*) até no Egito
No Conversa afiada
Milton Temer é o único deputado federal a exigir do Banco Central de Fernando Henrique informações (jamais concedidas) sobre Daniel Dantas.
Ele foi o primeiro naquele prédio a perceber que Daniel Dantas era uma ameaça ao sistema político do país.
Hoje, derrotado para o Senado do Rio (com o voto inútil deste inútil blogueiro) transformou-se num implacável twitteiro.
Temer chamou a atenção das redes sociais para o fato de a Globo enviar um repórter ao Cairo para cobrir o vandalismo.
Temer, é o que a Folha (**) faz.
Na primeira página, no alto, “Saques e atos de vandalismo levam pânico ao Cairo”.
“Uma onda de pânico se espalhou pelo Cairo”, inicia o bravo “enviado”.
De “pânico” e júbilo, alegria, fervor, esperança com a queda iminente de um ditador feroz.
O PiG (*) é assim, Temer, PiG (*) até no Cairo.
Cobrir o Egito da perspectiva do vandalismo é o mesmo que dizer que o protagonista do Novo Testamento é Judas.
Agora, amigo navegante, imagine um “enviado” do PiG ao Egito.
Diante dele, a ruína de um sistema pago pelos Estados Unidos – US 1,5 por ano, há 30 anos -, com a finalidade de manter o fluxo do petróleo e a estabilidade do regime de Israel.
(Depois de Israel, o Egito recebe a maior mesada do Tesouro americano.)
Um sistema, portanto, que pressupõe discriminação e perseguição em Gaza e a supressão do Estado Palestino (em boa hora reconhecido pelo Governo Nunca Dantes).
Imagine um representante do PiG chegar ao Cairo e ver diante dos olhos ruir um sistema que formava oficiais superiores das Forças Armadas no Pentágono, em Washington.
Milton Temer é o único deputado federal a exigir do Banco Central de Fernando Henrique informações (jamais concedidas) sobre Daniel Dantas.
Ele foi o primeiro naquele prédio a perceber que Daniel Dantas era uma ameaça ao sistema político do país.
Hoje, derrotado para o Senado do Rio (com o voto inútil deste inútil blogueiro) transformou-se num implacável twitteiro.
Temer chamou a atenção das redes sociais para o fato de a Globo enviar um repórter ao Cairo para cobrir o vandalismo.
Temer, é o que a Folha (**) faz.
Na primeira página, no alto, “Saques e atos de vandalismo levam pânico ao Cairo”.
“Uma onda de pânico se espalhou pelo Cairo”, inicia o bravo “enviado”.
De “pânico” e júbilo, alegria, fervor, esperança com a queda iminente de um ditador feroz.
O PiG (*) é assim, Temer, PiG (*) até no Cairo.
Cobrir o Egito da perspectiva do vandalismo é o mesmo que dizer que o protagonista do Novo Testamento é Judas.
Agora, amigo navegante, imagine um “enviado” do PiG ao Egito.
Diante dele, a ruína de um sistema pago pelos Estados Unidos – US 1,5 por ano, há 30 anos -, com a finalidade de manter o fluxo do petróleo e a estabilidade do regime de Israel.
(Depois de Israel, o Egito recebe a maior mesada do Tesouro americano.)
Um sistema, portanto, que pressupõe discriminação e perseguição em Gaza e a supressão do Estado Palestino (em boa hora reconhecido pelo Governo Nunca Dantes).
Imagine um representante do PiG chegar ao Cairo e ver diante dos olhos ruir um sistema que formava oficiais superiores das Forças Armadas no Pentágono, em Washington.
domingo, 30 de janeiro de 2011
Mídia e corrupção
Por Roni, do blog O que será que me dá
Corromper ou subornar são verbos tão antigos como a própria história da humanidade. No Brasil, vão desde aquela singela cervejinha para o guarda de trânsito – mais conhecida como o “jeitinho brasileiro” – até o que Chico Buarque expressou genialmente em “Vai Passar”:
Dormia a nossa Pátria mãe
tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Os mecanismos de “subtração” aos quais Chico se referia florescem muito mais onde não há democracia, direitos humanos e justiça social. No Brasil, ganharam maior consistência nos bastidores da ditadura militar, onde a classe política foi imobilizada após o fechamento do congresso pelo AI-5 em 1968. Num cenário destes, qualquer “favorzinho” era negociado na base de propina. Do segundo escalão para baixo do governo militar, a corrupção corria solta enquanto a “Pátria mãe dormia”.
Muita gente usou deste recurso, muitas empresas cresceram quando tiveram “visão de mercado” aliando-se aos governos militares de forma pragmática. Falha e Globo são exemplos clássicos disso.
Quando recebeu das mãos dos militares a concessão pública para operar em território nacional, a Globo era associada ilegalmente ao grupo americano Time-Life. Significa que além de darem suporte logístico e até militar aos generais (frota marítima americana estacionada na costa brasileira pronta para qualquer intervenção que se fizesse necessária para garantir a “normalidade da ordem golpista”) – os americanos também atuaram na outra ponta do esquema. Para sustentar-se, o governo militar precisava ter voz e apoio na mídia. Isso é fundamental em qualquer golpe (até o surgimento da Internet). Assim, associados à Time-Life que injetou o capital necessário, os militares e o jornalista Roberto Marinho vitaminaram o grupo Globo – Jornal e TV para tornarem-se a potência que são hoje. As diretrizes básicas: alinhamento e subordinação total do país aos interesses americanos na região.
Corromper ou subornar são verbos tão antigos como a própria história da humanidade. No Brasil, vão desde aquela singela cervejinha para o guarda de trânsito – mais conhecida como o “jeitinho brasileiro” – até o que Chico Buarque expressou genialmente em “Vai Passar”:
Dormia a nossa Pátria mãe
tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Os mecanismos de “subtração” aos quais Chico se referia florescem muito mais onde não há democracia, direitos humanos e justiça social. No Brasil, ganharam maior consistência nos bastidores da ditadura militar, onde a classe política foi imobilizada após o fechamento do congresso pelo AI-5 em 1968. Num cenário destes, qualquer “favorzinho” era negociado na base de propina. Do segundo escalão para baixo do governo militar, a corrupção corria solta enquanto a “Pátria mãe dormia”.
Muita gente usou deste recurso, muitas empresas cresceram quando tiveram “visão de mercado” aliando-se aos governos militares de forma pragmática. Falha e Globo são exemplos clássicos disso.
Quando recebeu das mãos dos militares a concessão pública para operar em território nacional, a Globo era associada ilegalmente ao grupo americano Time-Life. Significa que além de darem suporte logístico e até militar aos generais (frota marítima americana estacionada na costa brasileira pronta para qualquer intervenção que se fizesse necessária para garantir a “normalidade da ordem golpista”) – os americanos também atuaram na outra ponta do esquema. Para sustentar-se, o governo militar precisava ter voz e apoio na mídia. Isso é fundamental em qualquer golpe (até o surgimento da Internet). Assim, associados à Time-Life que injetou o capital necessário, os militares e o jornalista Roberto Marinho vitaminaram o grupo Globo – Jornal e TV para tornarem-se a potência que são hoje. As diretrizes básicas: alinhamento e subordinação total do país aos interesses americanos na região.
Capitalismo: o que é isso?
Por Emir Sader, no Carta Maior
As duas referências mais importantes para a compreensão do mundo contemporâneo são o capitalismo e o imperialismo.
A natureza das sociedades contemporâneas é capitalista. Estão assentadas na separação entre o capital e a força de trabalho, com aquela explorando a esta, para a acumulação de capital. Isto é, os trabalhadores dispõem apenas de sua capacidade de trabalho, produzir riqueza, sem os meios para poder materializa-la. Tem assim que se submeter a vender sua força de trabalho aos que possuem esses meios – os capitalistas -, que podem viver explorando o trabalho alheio e enriquecendo-se com essa exploração.
Para que fosse possível, o capitalismo precisou que os meios de produção –na sua origem, basicamente a terra – e a força de trabalho, pudessem sem compradas e vendidas. Daí a luta inicial pela transformação da terra em mercadoria, livrando-a do tipo de propriedade feudal. E o fim da escravidão, para que a força de trabalho pudesse ser comprada. Foram essas condições iniciais – junto com a exploração das colônias – que constituíram o chamado processo de acumulação originaria do capitalismo, que gerou as condições que tornaram possível sua existência e sua multiplicação a partir do processo de acumulação de capital.
O capitalismo busca a produção e a comercialização de riquezas orientada pelo lucro e não pela necessidade das pessoas. Isto é, o capitalista dirige seus investimentos não conforme o que as pessoas precisam, o que falta na sociedade, mas pela busca do que dá mais lucro.
As duas referências mais importantes para a compreensão do mundo contemporâneo são o capitalismo e o imperialismo.
A natureza das sociedades contemporâneas é capitalista. Estão assentadas na separação entre o capital e a força de trabalho, com aquela explorando a esta, para a acumulação de capital. Isto é, os trabalhadores dispõem apenas de sua capacidade de trabalho, produzir riqueza, sem os meios para poder materializa-la. Tem assim que se submeter a vender sua força de trabalho aos que possuem esses meios – os capitalistas -, que podem viver explorando o trabalho alheio e enriquecendo-se com essa exploração.
Para que fosse possível, o capitalismo precisou que os meios de produção –na sua origem, basicamente a terra – e a força de trabalho, pudessem sem compradas e vendidas. Daí a luta inicial pela transformação da terra em mercadoria, livrando-a do tipo de propriedade feudal. E o fim da escravidão, para que a força de trabalho pudesse ser comprada. Foram essas condições iniciais – junto com a exploração das colônias – que constituíram o chamado processo de acumulação originaria do capitalismo, que gerou as condições que tornaram possível sua existência e sua multiplicação a partir do processo de acumulação de capital.
O capitalismo busca a produção e a comercialização de riquezas orientada pelo lucro e não pela necessidade das pessoas. Isto é, o capitalista dirige seus investimentos não conforme o que as pessoas precisam, o que falta na sociedade, mas pela busca do que dá mais lucro.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Paulo Henrique Amorim mostra como Tânia Bacelar desmente o Globo
No Conversa Afiada
Bacelar desmente o Globo: “Nunca vi o Nordeste melhor”
Saiu no Globo, pág. 30:
“Tania Bacelar: nunca vi o Nordeste melhor”.
Tania Bacelar é professora de Economia da Universidade Federal de Pernambuco.
E, na eleição, deu corajosos depoimentos – por exemplo – para desmentir a ideologia da elite paulista (separatista, por definição) de que o Nordeste vota em Lula e em Dilma por meia dúzia de migalhas.
Agora, o Globo tenta desqualificar a expansão sino-nordestina, de taxas de crescimento espantosas.
O Globo – campeão do “Nada vai dar certo” – tenta provar que o Nordeste vai empacar porque falta mão de obra qualificada.
É uma teoria interessante.
Quando JK instalou a indústria automobilística em São Paulo abundavam engenheiros e operários metalúrgicos.
E por isso a indústria automobilística (especialmente a de São Paulo) é o retumbante fracasso que hoje testemunhamos.
Bacelar desmente o Globo: “Nunca vi o Nordeste melhor”
Saiu no Globo, pág. 30:
“Tania Bacelar: nunca vi o Nordeste melhor”.
Tania Bacelar é professora de Economia da Universidade Federal de Pernambuco.
E, na eleição, deu corajosos depoimentos – por exemplo – para desmentir a ideologia da elite paulista (separatista, por definição) de que o Nordeste vota em Lula e em Dilma por meia dúzia de migalhas.
Agora, o Globo tenta desqualificar a expansão sino-nordestina, de taxas de crescimento espantosas.
O Globo – campeão do “Nada vai dar certo” – tenta provar que o Nordeste vai empacar porque falta mão de obra qualificada.
É uma teoria interessante.
Quando JK instalou a indústria automobilística em São Paulo abundavam engenheiros e operários metalúrgicos.
E por isso a indústria automobilística (especialmente a de São Paulo) é o retumbante fracasso que hoje testemunhamos.
sábado, 22 de janeiro de 2011
Stedile denuncia: Estamos comendo veneno
Todos os dias o povo come veneno. Quem são os responsáveis?
Por João Pedro Stedile, no Adital
O Brasil se transformou desde 2007, no maior consumidor mundial de venenos agrícolas. E na ultima safra as empresas produtoras venderam nada menos do que um bilhão de litros de venenos agrícolas. Isso representa uma media anual de 6 litros por pessoa ou 150 litros por hectare cultivado. Uma vergonha. Um indicador incomparável com a situação de nenhum outro país ou agricultura.
Há um oligopólio de produção por parte de algumas empresas transnacionais que controlam toda a produção e estimulam seu uso, como a Bayer, a Basf, Syngenta, Monsanto, Du Pont, Shell química etc.
O Brasil possui a terceira maior frota mundial de aviões de pulverização agrícola. Somente esse ano foram treinados 716 novos pilotos. E a pulverização aérea é a mais contaminadora e comprometedora para toda a população.
Há diversos produtos sendo usados no Brasil que já estão proibidos nos países de suas matrizes. A ANVISA conseguiu proibir o uso de um determinado veneno agrícola. Mas as empresas ganharam uma liminar no "neutral poder judiciário" brasileiro, que autorizou a retirada durante o prazo de três anos... e quem será o responsável pelas conseqüências do uso durante esses três anos? Na minha opinião é esse Juiz irresponsável que autorizou na verdade as empresas desovarem seus estoques.
Por João Pedro Stedile, no Adital
O Brasil se transformou desde 2007, no maior consumidor mundial de venenos agrícolas. E na ultima safra as empresas produtoras venderam nada menos do que um bilhão de litros de venenos agrícolas. Isso representa uma media anual de 6 litros por pessoa ou 150 litros por hectare cultivado. Uma vergonha. Um indicador incomparável com a situação de nenhum outro país ou agricultura.
Há um oligopólio de produção por parte de algumas empresas transnacionais que controlam toda a produção e estimulam seu uso, como a Bayer, a Basf, Syngenta, Monsanto, Du Pont, Shell química etc.
O Brasil possui a terceira maior frota mundial de aviões de pulverização agrícola. Somente esse ano foram treinados 716 novos pilotos. E a pulverização aérea é a mais contaminadora e comprometedora para toda a população.
Há diversos produtos sendo usados no Brasil que já estão proibidos nos países de suas matrizes. A ANVISA conseguiu proibir o uso de um determinado veneno agrícola. Mas as empresas ganharam uma liminar no "neutral poder judiciário" brasileiro, que autorizou a retirada durante o prazo de três anos... e quem será o responsável pelas conseqüências do uso durante esses três anos? Na minha opinião é esse Juiz irresponsável que autorizou na verdade as empresas desovarem seus estoques.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Mídia censora denuncia ‘censura’
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania
O que você acharia de uma novela argentina que tivesse um personagem chamado “Brasil”? O nome do país seria dado a um homem feioso, estúpido, malandro, preguiçoso, covarde, invejoso e arrogante que tem uma vizinha virtuosa, bela, inteligente, esforçada, leal e humilde, vítima constante das armações do vizinho. O nome da heróina seria “Argentina”.
É sob esta ótica que peço que o leitor analise notícia sobre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, amplamente veiculada nos últimos dias, por ele ter proibido, em seu país, a exibição de uma produção colombiana que faz com a Venezuela o mesmo que a novela fictícia que inventei no parágrafo anterior faria com o Brasil.
Hugo Chávez determinou à rede de TV Televen que pare de transmitir a novela colombiana “Chepe Fortuna”. A Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações) avaliou que o programa “subestima a inteligência dos telespectadores” devido ao tratamento dado a duas personagens, as irmãs Colômbia (bonita, correta e cheia de virtudes) e Venezuela (feia, malandra e histérica).
Em um dos episódios, Venezuela entra em desespero ao ser informada de que perdeu seu cachorrinho de estimação, Huguito. “O que será de mim sem ele?”, pergunta, desconsolada. “Você será livre, Venezuela! Porque Huguito ultimamente andava se metendo nas casas alheias, o que te deixava mal perante os outros”, foi a resposta.
O que você acharia de uma novela argentina que tivesse um personagem chamado “Brasil”? O nome do país seria dado a um homem feioso, estúpido, malandro, preguiçoso, covarde, invejoso e arrogante que tem uma vizinha virtuosa, bela, inteligente, esforçada, leal e humilde, vítima constante das armações do vizinho. O nome da heróina seria “Argentina”.
É sob esta ótica que peço que o leitor analise notícia sobre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, amplamente veiculada nos últimos dias, por ele ter proibido, em seu país, a exibição de uma produção colombiana que faz com a Venezuela o mesmo que a novela fictícia que inventei no parágrafo anterior faria com o Brasil.
Hugo Chávez determinou à rede de TV Televen que pare de transmitir a novela colombiana “Chepe Fortuna”. A Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações) avaliou que o programa “subestima a inteligência dos telespectadores” devido ao tratamento dado a duas personagens, as irmãs Colômbia (bonita, correta e cheia de virtudes) e Venezuela (feia, malandra e histérica).
Em um dos episódios, Venezuela entra em desespero ao ser informada de que perdeu seu cachorrinho de estimação, Huguito. “O que será de mim sem ele?”, pergunta, desconsolada. “Você será livre, Venezuela! Porque Huguito ultimamente andava se metendo nas casas alheias, o que te deixava mal perante os outros”, foi a resposta.
Redes sociais se tornarão ferramentas de gestão do conhecimento, prevê estudo
Dos blogs do Rogério Angelim e webexpoforum
As redes sociais, como Facebook e Twitter, serão utilizadas neste ano tanto como ferramentas de produtividade dentro das empresas quanto como canal de relacionamento com os clientes, de acordo com um estudo da Unisys, empresa de tecnologia da informação voltada a soluções de missão crítica.
Ainda de acordo com o estudo, no âmbito da tecnologia da informação, a chamada “consumerização” de TI (que significa como os equipamentos pessoais e as redes sociais, utilizadas pela sociedade de modo geral, estão ganhando espaço nas empresas) deverá se expandir mais rapidamente. Os dispositivos móveis, como smarthphones e tablets, além dos computadores pessoais, tendem a ganhar funcionalidades corporativas, permitindo o usuário final acessar recursos da empresa através desses equipamentos. Por outro lado, as organizações necessitarão modernizar o acesso ao usuário pelos dispositivos móveis e, ainda, oferecer suporte de uso.
No que tange à segurança virtual, para a Unisys, as organizações trabalharão cada vez mais para integrar a infinidade de sistemas físicos e digitais em painéis de controle únicos que lhes permitam monitorar melhor as ameaças à segurança em toda a organização.
As redes sociais, como Facebook e Twitter, serão utilizadas neste ano tanto como ferramentas de produtividade dentro das empresas quanto como canal de relacionamento com os clientes, de acordo com um estudo da Unisys, empresa de tecnologia da informação voltada a soluções de missão crítica.
Ainda de acordo com o estudo, no âmbito da tecnologia da informação, a chamada “consumerização” de TI (que significa como os equipamentos pessoais e as redes sociais, utilizadas pela sociedade de modo geral, estão ganhando espaço nas empresas) deverá se expandir mais rapidamente. Os dispositivos móveis, como smarthphones e tablets, além dos computadores pessoais, tendem a ganhar funcionalidades corporativas, permitindo o usuário final acessar recursos da empresa através desses equipamentos. Por outro lado, as organizações necessitarão modernizar o acesso ao usuário pelos dispositivos móveis e, ainda, oferecer suporte de uso.
No que tange à segurança virtual, para a Unisys, as organizações trabalharão cada vez mais para integrar a infinidade de sistemas físicos e digitais em painéis de controle únicos que lhes permitam monitorar melhor as ameaças à segurança em toda a organização.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Erradicação da miséria, proposição ousada
Por Paul Singer
Não sei de qualquer governo nacional que tenha se proposto a erradicar a miséria de seu país em quatro anos de mandato. Ainda assim, nossa presidente Dilma Rousseff apresenta essa meta como a fundamental do seu governo.
Apesar de inédita, não lhe falta credibilidade, dado que o seu antecessor alcançou redução surpreendente da miséria em seus dois mandatos. Seja como for, a erradicação da miséria exigirá tal empenho da sociedade e do governo que só uma mobilização total de suas melhores forças a tornará realidade.
Miséria é pobreza tão extrema que suas vítimas frequentemente não sabem quando e nem de onde virá sua próxima refeição; moram ao relento, pois não têm trabalho e nem renda regular.
Vivem sujeitos ao acaso, como diz o povo, "ao Deus dará". Erradicar a miséria só pode significar transformar a vida dessas pessoas.
Não bastará lhes dar dinheiro para que possam adquirir ao menos o essencial à sobrevivência. Para que possam mudar de vida, será preciso que se convençam de que são capazes de se unir e juntos alcançar pelo trabalho padrões normais de vida.
Não sei de qualquer governo nacional que tenha se proposto a erradicar a miséria de seu país em quatro anos de mandato. Ainda assim, nossa presidente Dilma Rousseff apresenta essa meta como a fundamental do seu governo.
Apesar de inédita, não lhe falta credibilidade, dado que o seu antecessor alcançou redução surpreendente da miséria em seus dois mandatos. Seja como for, a erradicação da miséria exigirá tal empenho da sociedade e do governo que só uma mobilização total de suas melhores forças a tornará realidade.
Miséria é pobreza tão extrema que suas vítimas frequentemente não sabem quando e nem de onde virá sua próxima refeição; moram ao relento, pois não têm trabalho e nem renda regular.
Vivem sujeitos ao acaso, como diz o povo, "ao Deus dará". Erradicar a miséria só pode significar transformar a vida dessas pessoas.
Não bastará lhes dar dinheiro para que possam adquirir ao menos o essencial à sobrevivência. Para que possam mudar de vida, será preciso que se convençam de que são capazes de se unir e juntos alcançar pelo trabalho padrões normais de vida.
Mais pobres na universidade! O SISU é um sucesso!
Por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada
O PiG (*) desfechou uma nova ofensiva para impedir que pobre (especialmente o negro) entre na universidade.
A ofensiva se dá através da desmoralização do ENEM.
Agora, por causa do SISU (pronuncia-se “sisú”).
“Sistema Seletivo Unificado”.
Significa o seguinte:
Todos os candidatos do ENEM podem acessar o computador e, em função da nota no ENEM, escolher a faculdade que querem cursar.
Faculdades federais e estaduais.
Menos as de São Paulo, onde o Padim Pade Cerra liderou o boicote ao ENEM e pretende fundar a República Independente da Daslu.
Ou seja, o estudante faz o ENEM na sua cidade – ou perto – e escolhe a faculdade no computador.
Não precisa, como antes, viajar para cinco seis cidades para entrar num curso superior.
O que significa que pobre pode entrar na universidade porque ficou mais barato o acesso.
Que horror !
O programa previa 400 acessos ao site do SISU por minuto.
Entraram 800 por minuto.
No domingo e na segunda o sistema ficou lento.
Na terça, com capacidade para 800 por minuto, ficou normal.
Por seis minutos no domingo e quatro na segunda, era possível um candidato ter acesso a dados pessoais de outro candidato.
Localizada a falha, o sistema foi corrigido.
O PiG (*) desfechou uma nova ofensiva para impedir que pobre (especialmente o negro) entre na universidade.
A ofensiva se dá através da desmoralização do ENEM.
Agora, por causa do SISU (pronuncia-se “sisú”).
“Sistema Seletivo Unificado”.
Significa o seguinte:
Todos os candidatos do ENEM podem acessar o computador e, em função da nota no ENEM, escolher a faculdade que querem cursar.
Faculdades federais e estaduais.
Menos as de São Paulo, onde o Padim Pade Cerra liderou o boicote ao ENEM e pretende fundar a República Independente da Daslu.
Ou seja, o estudante faz o ENEM na sua cidade – ou perto – e escolhe a faculdade no computador.
Não precisa, como antes, viajar para cinco seis cidades para entrar num curso superior.
O que significa que pobre pode entrar na universidade porque ficou mais barato o acesso.
Que horror !
O programa previa 400 acessos ao site do SISU por minuto.
Entraram 800 por minuto.
No domingo e na segunda o sistema ficou lento.
Na terça, com capacidade para 800 por minuto, ficou normal.
Por seis minutos no domingo e quatro na segunda, era possível um candidato ter acesso a dados pessoais de outro candidato.
Localizada a falha, o sistema foi corrigido.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Mais uma edição maldita no JN
Assistir ao Jornal Nacional é uma constante comprovação da sordidez do PIG (Partido da Imprensa Golpista).
Mesmo nos pequeninos detalhes (sabendo-se que na televisão cada segundo é uma eternidade) a Globo não perde a oportunidade de esculhambar a imagem de Lula, de Dilma, ou de qualquer personagem da turma do PT.
E é nas desgraças da população que a emissora exercita com precisão cirúrgica as suas edições malditas.
Durante o JN de sexta-feira, 14/01, Heraldo Pereira, numa pausa da cobertura das enchentes no Rio de Janeiro, anuncia que Dilma fez sua primeira reunião ministerial. Entre os assuntos estava, é claro, as mortes causadas pelas chuvas.
Foram quatro ou cinco segundos para a exposição do veneno global: a repórter falava da reunião ministerial e das tregédias no Rio, enquanto eram exibidas imagem da presidenta Dilma e seus ministros num momento de alegria e sorrisos.
Eram sorrisos do início de uma reunião, que tratou, também, de vários outros assuntos. Não tinha nada a ver com as chuvas do Rio de Janeiro.
Mas a Globo não perdoa. Juntou direitinho a alegria de Dilma com a tragédia do Rio. Era preciso mostrar a presidenta e os ministros felizes no momento em que o Brasil inteiro estava comovido diante da TV.
Dilma no governo
Por Marcos Coimbra
Nossa cultura política valoriza os elementos pessoais da liderança, mitificando seus atributos. O interessante é que a presidente rompe com esse paradigma. Por Marcos Coimbra. Foto: Ricardo Stuckert
Nossa cultura política valoriza os elementos pessoais da liderança, mitificando seus atributos. O interessante é que a presidente rompe com esse paradigma
Neste começo de ano, a imprensa mostra que tem, para com a presidente Dilma, dificuldades parecidas com as que teve para com a candidata e a presidente eleita. É visível o desconforto que ela causa com seu discurso e suas ações. Enquanto a mídia quer que ela tire coelhos da cartola e surpreenda todo mundo, Dilma insiste em ser previsível.
A causa dos problemas é conhecida: a ideia de continuidade. Até agora nossos analistas não conseguiram entender o que significa uma coisa tão simples.
O tom geral da cobertura tem sido um misto de ânsia de encontrar a originalidade do governo e frustração por não conseguir identificá-la. É como se Dilma tivesse a obrigação de ser diferente, e, não o sendo, se tornasse uma “decepção”.
Nossa cultura política valoriza os elementos pessoais das lideranças, mitificando seus atributos e qualidades. Nos é difícil aceitar que elas não tenham traços que as distingam do cidadão comum, que as diferenciem da vida banal dos meros mortais. Para nós, o verdadeiro líder está além do povo, é feito de outra essência e possui uma transcendência inalcançável por ele.
No Brasil moderno, os três presidentes eleitos se apresentaram ao País como figuras excepcionais. Cada um a seu modo e tempo, Collor, Fernando Henrique e Lula foram assim caracterizados por suas campanhas e pela mídia, e foram assim percebidos pelas pessoas. Todos se tornaram personagens épicos.
Nossa cultura política valoriza os elementos pessoais da liderança, mitificando seus atributos. O interessante é que a presidente rompe com esse paradigma. Por Marcos Coimbra. Foto: Ricardo Stuckert
Nossa cultura política valoriza os elementos pessoais da liderança, mitificando seus atributos. O interessante é que a presidente rompe com esse paradigma
Neste começo de ano, a imprensa mostra que tem, para com a presidente Dilma, dificuldades parecidas com as que teve para com a candidata e a presidente eleita. É visível o desconforto que ela causa com seu discurso e suas ações. Enquanto a mídia quer que ela tire coelhos da cartola e surpreenda todo mundo, Dilma insiste em ser previsível.
A causa dos problemas é conhecida: a ideia de continuidade. Até agora nossos analistas não conseguiram entender o que significa uma coisa tão simples.
O tom geral da cobertura tem sido um misto de ânsia de encontrar a originalidade do governo e frustração por não conseguir identificá-la. É como se Dilma tivesse a obrigação de ser diferente, e, não o sendo, se tornasse uma “decepção”.
Nossa cultura política valoriza os elementos pessoais das lideranças, mitificando seus atributos e qualidades. Nos é difícil aceitar que elas não tenham traços que as distingam do cidadão comum, que as diferenciem da vida banal dos meros mortais. Para nós, o verdadeiro líder está além do povo, é feito de outra essência e possui uma transcendência inalcançável por ele.
No Brasil moderno, os três presidentes eleitos se apresentaram ao País como figuras excepcionais. Cada um a seu modo e tempo, Collor, Fernando Henrique e Lula foram assim caracterizados por suas campanhas e pela mídia, e foram assim percebidos pelas pessoas. Todos se tornaram personagens épicos.
A culpa é do homem
Da Redação de Carta Capital
Foto: Marino Azevedo/ AFP
Mais de 500 mortes já foram registradas no Rio neste verão, e não há como responsabilizar a natureza.
Desde o início dos tempos é verão nos trópicos. A estação iniciada no dia 21 de dezembro trouxe as chuvas que, marcadamente, são fortes nas primeiras semanas do ano. A novidade nessa roda natural do tempo é que a partir da ocupação desordenada das serras e das planícies nas regiões metropolitanas o temporal desse período tem provocado mortes. Hecatombes.
Tem chovido bastante na Região Sudeste. A chuva já castigou São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. No Rio de Janeiro, no entanto, a situação é quase sempre mais dolorosa. A gravidade nunca havia alcançado a dimensão de agora nas primeiras 48 horas de temporal nos dias 11 e 12 sobre a região serrana do estado, castigadas mais seriamente as cidades de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis. Foram contadas 495 mortes, até o início da noite de quinta-feira, 13. Há milhares de desabrigados. O cenário é de destruição.
Não há como culpar a natureza. O País está diante de crimes cometidos pelos homens. Há uma irresponsabilidade contínua dos prefeitos de cada uma dessas cidades. Alguns por fazerem vista grossa para as ocupações desordenadas. Outros, por incentivar as moradias nas encostas. Os sucessores não fiscalizaram os antecessores, seja por camaradagem partidária, seja pela omissão provocada pela avidez de se manterem no poder a qualquer preço. E o preço é esse que se vê ao longo dos anos.
Foto: Marino Azevedo/ AFP
Mais de 500 mortes já foram registradas no Rio neste verão, e não há como responsabilizar a natureza.
Desde o início dos tempos é verão nos trópicos. A estação iniciada no dia 21 de dezembro trouxe as chuvas que, marcadamente, são fortes nas primeiras semanas do ano. A novidade nessa roda natural do tempo é que a partir da ocupação desordenada das serras e das planícies nas regiões metropolitanas o temporal desse período tem provocado mortes. Hecatombes.
Tem chovido bastante na Região Sudeste. A chuva já castigou São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. No Rio de Janeiro, no entanto, a situação é quase sempre mais dolorosa. A gravidade nunca havia alcançado a dimensão de agora nas primeiras 48 horas de temporal nos dias 11 e 12 sobre a região serrana do estado, castigadas mais seriamente as cidades de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis. Foram contadas 495 mortes, até o início da noite de quinta-feira, 13. Há milhares de desabrigados. O cenário é de destruição.
Não há como culpar a natureza. O País está diante de crimes cometidos pelos homens. Há uma irresponsabilidade contínua dos prefeitos de cada uma dessas cidades. Alguns por fazerem vista grossa para as ocupações desordenadas. Outros, por incentivar as moradias nas encostas. Os sucessores não fiscalizaram os antecessores, seja por camaradagem partidária, seja pela omissão provocada pela avidez de se manterem no poder a qualquer preço. E o preço é esse que se vê ao longo dos anos.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Já foi tarde
O DIÁRIO CATARINENSE publicou a seguinte notícia:
Colunista Luiz Carlos Prates deixa o Grupo RBS
Comunicador se afasta para seguir com projetos pessoais
Em decisão conjunta com a empresa, o colunista Luiz Carlos Prates está deixando de atuar nos veículos do Grupo RBS. O comunicador se afasta para seguir com projetos pessoais depois de mais de duas décadas no grupo.
No Diário Catarinense, onde trabalhou por quase 23 anos, Prates começou escrevendo sobre esportes, passando a tratar sobre o cotidiano, área na qual também conquistou incontáveis admiradores.
— Sou grato pelo contato com os leitores e com o público. Parto para um novo ciclo em minha vida — diz o comunicador.
Durante o verão, o espaço da página 2 do DC será ocupado pela coluna Cadeira de Praia.
DIÁRIO CATARINENSE
O vídeo no Youtube foi visto mais de 500.000 vezes. Outras milhares de pessoas assistiram em blogs de boa vontade.
Choveram protestos e críticas na internet. Se você não viu a cena, aí está o vídeo.
Colunista Luiz Carlos Prates deixa o Grupo RBS
Comunicador se afasta para seguir com projetos pessoais
Em decisão conjunta com a empresa, o colunista Luiz Carlos Prates está deixando de atuar nos veículos do Grupo RBS. O comunicador se afasta para seguir com projetos pessoais depois de mais de duas décadas no grupo.
No Diário Catarinense, onde trabalhou por quase 23 anos, Prates começou escrevendo sobre esportes, passando a tratar sobre o cotidiano, área na qual também conquistou incontáveis admiradores.
— Sou grato pelo contato com os leitores e com o público. Parto para um novo ciclo em minha vida — diz o comunicador.
Durante o verão, o espaço da página 2 do DC será ocupado pela coluna Cadeira de Praia.
DIÁRIO CATARINENSE
* * *
Para quem não se lembra, Luiz Carlos Prates protagonizou uma das mais nojentas cenas de discriminação contra os pobres, diante das câmeras na TV Globo/RBS.O vídeo no Youtube foi visto mais de 500.000 vezes. Outras milhares de pessoas assistiram em blogs de boa vontade.
Choveram protestos e críticas na internet. Se você não viu a cena, aí está o vídeo.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Presidenta, sim!
Por Marcos Bagno, na Carta Capital
O Brasil ainda está longe da feminização da língua ocorrida em outros lugares. Dilma Rousseff adotou a forma “presidenta”, que assim seja chamada
Se uma mulher e seu cachorro estão atravessando a rua e um motorista embriagado atinge essa senhora e seu cão, o que vamos encontrar no noticiário é o seguinte: “Mulher e cachorro são atropelados por motorista bêbado”. Não é impressionante? Basta um cachorro para fazer sumir a especificidade feminina de uma mulher e jogá-la dentro da forma supostamente “neutra” do masculino. Se alguém tem um filho e oito filhas, vai dizer que tem nove filhos. Quer dizer que a língua é machista? Não, a língua não é machista, porque a língua não existe: o que existe são falantes da língua, gente de carne e osso que determina os destinos do idioma. E como os destinos do idioma, e da sociedade, têm sido determinados desde a pré-história pelos homens, não admira que a marca desse predomínio masculino tenha sido inscrustada na gramática das línguas.
Somente no século XX as mulheres puderam começar a lutar por seus direitos e a exigir, inclusive, que fossem adotadas formas novas em diferentes línguas para acabar com a discriminação multimilenar. Em francês, as profissões, que sempre tiveram forma exclusivamente masculina, passaram a ter seu correspondente feminino, principalmente no francês do Canadá, país incomparavelmente mais democrático e moderno do que a França. Em muitas sociedades desapareceu a distinção entre “senhorita” e “senhora”, já que nunca houve forma específica para o homem não casado, como se o casamento fosse o destino único e possível para todas as mulheres. É claro que isso não aconteceu em todo o mundo, e muitos judeus continuam hoje em dia a rezar a oração que diz “obrigado, Senhor, por eu não ter nascido mulher”.
Agora que temos uma mulher na presidência da República, e não o tucano com cara de vampiro que se tornou o apóstolo da direita mais conservadora, vemos que o Brasil ainda está longe da feminização da língua ocorrida em outros lugares. Dilma Rousseff adotou a forma presidenta, oficializou essa forma em todas as instâncias do governo e deixou claro que é assim que deseja ser chamada. Mas o que faz a nossa “grande imprensa”? Por decisão própria, com raríssimas exceções, como CartaCapital, decide usar única e exclusivamente presidente. E chovem as perguntas das pessoas que têm preguiça de abrir um dicionário ou uma boa gramática: é certo ou é errado? Os dicionários e as gramáticas trazem, preto no branco, a forma presidenta. Mas ainda que não trouxessem, ela estaria perfeitamente de acordo com as regras de formação de palavras da língua.
O Brasil ainda está longe da feminização da língua ocorrida em outros lugares. Dilma Rousseff adotou a forma “presidenta”, que assim seja chamada
Se uma mulher e seu cachorro estão atravessando a rua e um motorista embriagado atinge essa senhora e seu cão, o que vamos encontrar no noticiário é o seguinte: “Mulher e cachorro são atropelados por motorista bêbado”. Não é impressionante? Basta um cachorro para fazer sumir a especificidade feminina de uma mulher e jogá-la dentro da forma supostamente “neutra” do masculino. Se alguém tem um filho e oito filhas, vai dizer que tem nove filhos. Quer dizer que a língua é machista? Não, a língua não é machista, porque a língua não existe: o que existe são falantes da língua, gente de carne e osso que determina os destinos do idioma. E como os destinos do idioma, e da sociedade, têm sido determinados desde a pré-história pelos homens, não admira que a marca desse predomínio masculino tenha sido inscrustada na gramática das línguas.
Somente no século XX as mulheres puderam começar a lutar por seus direitos e a exigir, inclusive, que fossem adotadas formas novas em diferentes línguas para acabar com a discriminação multimilenar. Em francês, as profissões, que sempre tiveram forma exclusivamente masculina, passaram a ter seu correspondente feminino, principalmente no francês do Canadá, país incomparavelmente mais democrático e moderno do que a França. Em muitas sociedades desapareceu a distinção entre “senhorita” e “senhora”, já que nunca houve forma específica para o homem não casado, como se o casamento fosse o destino único e possível para todas as mulheres. É claro que isso não aconteceu em todo o mundo, e muitos judeus continuam hoje em dia a rezar a oração que diz “obrigado, Senhor, por eu não ter nascido mulher”.
Agora que temos uma mulher na presidência da República, e não o tucano com cara de vampiro que se tornou o apóstolo da direita mais conservadora, vemos que o Brasil ainda está longe da feminização da língua ocorrida em outros lugares. Dilma Rousseff adotou a forma presidenta, oficializou essa forma em todas as instâncias do governo e deixou claro que é assim que deseja ser chamada. Mas o que faz a nossa “grande imprensa”? Por decisão própria, com raríssimas exceções, como CartaCapital, decide usar única e exclusivamente presidente. E chovem as perguntas das pessoas que têm preguiça de abrir um dicionário ou uma boa gramática: é certo ou é errado? Os dicionários e as gramáticas trazem, preto no branco, a forma presidenta. Mas ainda que não trouxessem, ela estaria perfeitamente de acordo com as regras de formação de palavras da língua.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Cuba desenvolve vacina contra câncer de pulmão
Do UOL
HAVANA, 10 janeiro 2011 (AFP) - Cuba registrou a primeira vacina terapêutica contra o câncer de pulmão, após testar sua eficácia em mais de mil pacientes sem que tenham ocorrido efeitos colaterais, informou esta segunda-feira uma autoridade científica.
"Foram mais de 15 anos de pesquisas", disse ao semanário 'Trabajadores' Gisela González, chefe do projeto desta vacina - denominada CIMAVAX-EFG -, cujo objetivo é transformar o câncer de pulmão avançado em uma doença crônica controlável.
O registro permite usar a vacina maciçamente no país, bem como nos mil pacientes aos quais foi administrada durante os testes, e "atualmente seu registro avança em outras nações", disse a especialista.
"Uma vez que o paciente termina o tratamento com radioterapia ou quimioterapia e é considerado um paciente terminal sem alternativa terapêutica, neste momento é aplicada a vacina, que ajuda a controlar o crescimento do tumor sem toxicidade associada, e pode ser usada como um tratamento crônico que aumenta a expectativa e a qualidade de vida do paciente", ressaltou.
A vacina "está baseada em uma proteína que todos temos: o fator de crescimento epidérmico", acrescentou González.
"Igualmente se avalia a forma de empregar o princípio desta vacina em outros tumores sólidos (em próstata, útero e mama), que podem ser alvo deste tipo de terapia. Existem resultados importantes, mas é preciso esperar", concluiu.
HAVANA, 10 janeiro 2011 (AFP) - Cuba registrou a primeira vacina terapêutica contra o câncer de pulmão, após testar sua eficácia em mais de mil pacientes sem que tenham ocorrido efeitos colaterais, informou esta segunda-feira uma autoridade científica.
"Foram mais de 15 anos de pesquisas", disse ao semanário 'Trabajadores' Gisela González, chefe do projeto desta vacina - denominada CIMAVAX-EFG -, cujo objetivo é transformar o câncer de pulmão avançado em uma doença crônica controlável.
O registro permite usar a vacina maciçamente no país, bem como nos mil pacientes aos quais foi administrada durante os testes, e "atualmente seu registro avança em outras nações", disse a especialista.
"Uma vez que o paciente termina o tratamento com radioterapia ou quimioterapia e é considerado um paciente terminal sem alternativa terapêutica, neste momento é aplicada a vacina, que ajuda a controlar o crescimento do tumor sem toxicidade associada, e pode ser usada como um tratamento crônico que aumenta a expectativa e a qualidade de vida do paciente", ressaltou.
A vacina "está baseada em uma proteína que todos temos: o fator de crescimento epidérmico", acrescentou González.
"Igualmente se avalia a forma de empregar o princípio desta vacina em outros tumores sólidos (em próstata, útero e mama), que podem ser alvo deste tipo de terapia. Existem resultados importantes, mas é preciso esperar", concluiu.
Bíblia, crucifixo e moda. A Folha surtou
Por Altamiro Borges, no Blog do Miro
A Folha pirou de vez. Num único dia, neste domingo (9), o jornal da famiglia Frias publicou duas matérias ridículas. Com chamada de capa e título escandaloso – “Bíblia e crucifixo são retirados do gabinete de Dilma no Planalto” –, noticiou que “em sua primeira semana, Dilma Rousseff fez mudanças em seu gabinete. Substituiu um computador por um laptop e retirou a Bíblia da mesa e o crucifixo da parede. Durante a campanha eleitoral, a então candidata se declarou católica e foi atacada pelos adversários sob a acusação de ter mudado suas posições religiosas”.
O monstruoso factóide, que visa instigar preconceitos religiosos junto à parcela mais tacanha dos seus leitores, não se sustentou por alguns minutos. Graças a quatro curtas mensagens no Twitter, a ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação Social (Secom), desmontou as três mentiras grotescas.
1- “Pessoal, só esclarecendo: a presidenta Dilma não tirou o crucifixo da parede de seu gabinete. A peça é do ex-presidente Lula e foi na mudança”.
2- “Aliás, o crucifixo, que Lula ganhou de um amigo no início do governo, é de origem portuguesa. Mais: Dilma também não tirou a bíblia do gabinete”.
A Folha pirou de vez. Num único dia, neste domingo (9), o jornal da famiglia Frias publicou duas matérias ridículas. Com chamada de capa e título escandaloso – “Bíblia e crucifixo são retirados do gabinete de Dilma no Planalto” –, noticiou que “em sua primeira semana, Dilma Rousseff fez mudanças em seu gabinete. Substituiu um computador por um laptop e retirou a Bíblia da mesa e o crucifixo da parede. Durante a campanha eleitoral, a então candidata se declarou católica e foi atacada pelos adversários sob a acusação de ter mudado suas posições religiosas”.
O monstruoso factóide, que visa instigar preconceitos religiosos junto à parcela mais tacanha dos seus leitores, não se sustentou por alguns minutos. Graças a quatro curtas mensagens no Twitter, a ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação Social (Secom), desmontou as três mentiras grotescas.
1- “Pessoal, só esclarecendo: a presidenta Dilma não tirou o crucifixo da parede de seu gabinete. A peça é do ex-presidente Lula e foi na mudança”.
2- “Aliás, o crucifixo, que Lula ganhou de um amigo no início do governo, é de origem portuguesa. Mais: Dilma também não tirou a bíblia do gabinete”.
domingo, 9 de janeiro de 2011
Mídia valoriza disputa entre PT e PMDB e sinaliza má vontade, diz especialista
Por Virginia Toledo, na Rede Brasil Atual
A velha mídia alimenta e enfatiza supostas divergências entre os partidos aliados na composição do governo – como se não fosse natural haver disputa por espaço entre partidos que irão compor um governo de coalizão. A opinião é do professor da Universidade de Brasília (UnB) Venicio Artur de Lima, referindo-se ao sabor de "crise política" que alguns jornais veem entre PT e PMDB nos primeiros dias de mandato da presidente Dilma Rousseff.
Desde a posse, os dois maiores partidos da situação protagonizam o debate em torno da ocupação dos cargos que compõem a máquina pública, principalmente os chamados cargos de segundo escalão, aqueles que serão subordinados aos ministros e executivos de estatais já indicados durante o processo de transição.
"Está tudo tranquilo, não há problemas. A presidente Dilma já colocou o Palocci no circuito", disse Valdir Raupp, presidente interino do PMDB, ao afirmar, na quarta-feira (5), a missão do atual ministro da Casa Civil como intermediador das discussões.
Em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira (7), o ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Luiz Sérgio, reiterou a afirmação de que não há crise entre os partidos. “Este é um governo de coalizão. Num governo de coalizão, é normal que partidos queiram participar [do governo]. Num primeiro momento, sempre há uma movimentação que pode dar uma sensação de crise. Na verdade, não há crise. Este é um processo natural”, disse.
A velha mídia alimenta e enfatiza supostas divergências entre os partidos aliados na composição do governo – como se não fosse natural haver disputa por espaço entre partidos que irão compor um governo de coalizão. A opinião é do professor da Universidade de Brasília (UnB) Venicio Artur de Lima, referindo-se ao sabor de "crise política" que alguns jornais veem entre PT e PMDB nos primeiros dias de mandato da presidente Dilma Rousseff.
Desde a posse, os dois maiores partidos da situação protagonizam o debate em torno da ocupação dos cargos que compõem a máquina pública, principalmente os chamados cargos de segundo escalão, aqueles que serão subordinados aos ministros e executivos de estatais já indicados durante o processo de transição.
"Está tudo tranquilo, não há problemas. A presidente Dilma já colocou o Palocci no circuito", disse Valdir Raupp, presidente interino do PMDB, ao afirmar, na quarta-feira (5), a missão do atual ministro da Casa Civil como intermediador das discussões.
Em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira (7), o ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Luiz Sérgio, reiterou a afirmação de que não há crise entre os partidos. “Este é um governo de coalizão. Num governo de coalizão, é normal que partidos queiram participar [do governo]. Num primeiro momento, sempre há uma movimentação que pode dar uma sensação de crise. Na verdade, não há crise. Este é um processo natural”, disse.
sábado, 8 de janeiro de 2011
Passaportes dos filhos de Lula são legais
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania
Nos últimos dias, a “dobradinha” entre mídia e oposição a que se referiu , em dezembro, o então ministro da Comunicação Social do governo Lula, Franklin Martins, apareceu de novo, provavelmente como prenúncio dos tempos que virão de continuidade das eternas picuinhas da mídia contra o agora ex-presidente petista, fantasma que esses veículos de comunicação aliados ao PSDB e aos seus satélites partidários julgam que precisam exorcizar até 2014.
Como dissera Martins, a mídia “levanta a bola” e a oposição “corta”. Foi assim no caso da RENOVAÇÃO dos passaportes diplomáticos de familiares do ex-presidente Lula. A mídia inventou uma ilegalidade qualquer na medida do Itamaraty, em uma conduta hipócrita que será explicada mais adiante, construiu uma manchete propícia à “escandalização do nada” e a oposição já veio “cortando”, dando declarações difamantes contra o ex-presidente da República e sua família.
Em seguida, cumprindo o bom e velho script de guerra a Lula que vige desde 1989 na mídia, o indefectível Ophir Cavalcante, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, sempre disposto a oferecer teses “legais” para a dobradinha tucano-midiática, faz uma “ameaça” aos filhos de Lula, de que se não devolverem os passaportes diplomáticos que têm desde que o pai se tornou presidente pela primeira vez, em 2003, serão “denunciados”.
A principal tese da mídia é a de que o Itamaraty não poderia ter “concedido” – e o correto seria dizer “renovado” – o passaporte diplomático a Marcos Cláudio Lula da Silva, de 39 anos, e a Luiz Cláudio Lula da Silva, de 25 anos, porque são maiores de 21 anos e esta faixa etária seria o limite para concessão desse documento a que têm direito o ex-presidente da República e seus dependentes. Estes, contudo, só teriam esse direito até essa idade.
Nos últimos dias, a “dobradinha” entre mídia e oposição a que se referiu , em dezembro, o então ministro da Comunicação Social do governo Lula, Franklin Martins, apareceu de novo, provavelmente como prenúncio dos tempos que virão de continuidade das eternas picuinhas da mídia contra o agora ex-presidente petista, fantasma que esses veículos de comunicação aliados ao PSDB e aos seus satélites partidários julgam que precisam exorcizar até 2014.
Como dissera Martins, a mídia “levanta a bola” e a oposição “corta”. Foi assim no caso da RENOVAÇÃO dos passaportes diplomáticos de familiares do ex-presidente Lula. A mídia inventou uma ilegalidade qualquer na medida do Itamaraty, em uma conduta hipócrita que será explicada mais adiante, construiu uma manchete propícia à “escandalização do nada” e a oposição já veio “cortando”, dando declarações difamantes contra o ex-presidente da República e sua família.
Em seguida, cumprindo o bom e velho script de guerra a Lula que vige desde 1989 na mídia, o indefectível Ophir Cavalcante, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, sempre disposto a oferecer teses “legais” para a dobradinha tucano-midiática, faz uma “ameaça” aos filhos de Lula, de que se não devolverem os passaportes diplomáticos que têm desde que o pai se tornou presidente pela primeira vez, em 2003, serão “denunciados”.
A principal tese da mídia é a de que o Itamaraty não poderia ter “concedido” – e o correto seria dizer “renovado” – o passaporte diplomático a Marcos Cláudio Lula da Silva, de 39 anos, e a Luiz Cláudio Lula da Silva, de 25 anos, porque são maiores de 21 anos e esta faixa etária seria o limite para concessão desse documento a que têm direito o ex-presidente da República e seus dependentes. Estes, contudo, só teriam esse direito até essa idade.
Vinhos do semiárido brasileiro possuem maior quantidade de substância anticancerígena
Deu no Globo Rural Online
Bebidas produzidas no submédio do Vale do São Francisco têm seis vezes mais trans-reverastrol que os mesmos produtos de origens estrangeiras
A vitivinicultura é uma atividade de crescente importância no negócio agrícola do semiárido brasileiro. Os vinhos elaborados no submédio do Vale do São Francisco, região localizada entre a Bahia e Pernambuco, com as variedades Syrah, Tempranillo e Petit Verdot possuem, respectivamente, quantidades de trans-reverastrol 6, 3 e 2 vezes mais que o mesmo produto de origem francesa, espanhola ou argentina.
Pesquisas na área de medicina revelam que essa substância tem ação anticancerígena e preventiva de doenças cardiocirculatórias, segundo informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Nas parreiras, o trans-reverastrol tem a função de proteger as plantas de determinados tipos de estresses físico e ambiental. Nas áreas de cultivo do semiárido brasileiro, a prática de interromper a irrigação em um ambiente de alta temperatura, quando os frutos estão próximos ao ponto de colheita, faz com que as plantas acelerem seus mecanismos de defesa e produzam mais compostos de interesse biológico como trans-resveratrol, quercetina e rutina. Os resultados fazem parte dos estudos obtidos pela professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Luciana Lima, em sua tese de doutorado.
Bebidas produzidas no submédio do Vale do São Francisco têm seis vezes mais trans-reverastrol que os mesmos produtos de origens estrangeiras
A vitivinicultura é uma atividade de crescente importância no negócio agrícola do semiárido brasileiro. Os vinhos elaborados no submédio do Vale do São Francisco, região localizada entre a Bahia e Pernambuco, com as variedades Syrah, Tempranillo e Petit Verdot possuem, respectivamente, quantidades de trans-reverastrol 6, 3 e 2 vezes mais que o mesmo produto de origem francesa, espanhola ou argentina.
Pesquisas na área de medicina revelam que essa substância tem ação anticancerígena e preventiva de doenças cardiocirculatórias, segundo informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Nas parreiras, o trans-reverastrol tem a função de proteger as plantas de determinados tipos de estresses físico e ambiental. Nas áreas de cultivo do semiárido brasileiro, a prática de interromper a irrigação em um ambiente de alta temperatura, quando os frutos estão próximos ao ponto de colheita, faz com que as plantas acelerem seus mecanismos de defesa e produzam mais compostos de interesse biológico como trans-resveratrol, quercetina e rutina. Os resultados fazem parte dos estudos obtidos pela professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Luciana Lima, em sua tese de doutorado.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Os números da Globo: lenta decadência
por Rodrigo Vianna, no Escrivinhador
Altamiro Borges, aqui, e Paulo Henrique Amorim, aqui, destacam fatos que demonstram a decadência da TV Globo.
O texto de Miro mostra que o Faustão – em crise de audiência (e de faturamento?) – demitiu a banda de músicos. E que o “Fantástico” enfrenta a pior crise de sua longa história. O Paulo Henrique relata como a audiência do “JN” encolheu em dez anos: o jornal apresentado por Bonner perdeu um de cada quatro telespectadores de 2000 para 2010 – são números oficiais do IBOPE.
São fatos. Não é bom brigar com eles. Mas é bom analisar esse proceso com cautela.
Quando entrei na TV Globo, em 95, o “JN” dava quase 50 pontos de audiência. Era massacrante. O “Globo Repórter” dava perto de 40 pontos.
Em 2005/2006, quando eu estava prestes a sair da emissora, o “JN” já tinha caído pra casa dos 36 ou 37 pontos (havia dias em que o jornal local conseguia mais audiência do que o principal jornal da casa) e o “Globo Repórter” se segurava em torno de 30 ou 32 pontos (programa que desse menos de 30 abria crise, era preciso sustentar a marca dos 30).
Esse tempo ficou pra trás. O “JN” já caiu pra menos de 30 pontos. E o Globo Repórter hoje patina em 24 ou 25 – dizem-me.
O “Jornal da Record” dobrou de audiência. Em São Paulo chega a 10 pontos, em outros Estados passa dos 12 ou 13. Nas manhãs, a Globo e a Record (com o SBT um pouco atrás) brigam pau a pau. E a Record vence em muitos horários matutinos, há meses. Aos domingos, a Globo também sofre. A grande jóia da coroa da emissora carioca é o horário nobre durante a semana: novelas+ JN. Nesse caso, os números revelam que o domínio da Globo se reduz, ainda que de forma lenta.
Muita gente espera o dia em que a Globo vai passar por uma hecatombe e deixará de ser a Globo. Acredito que isso não vai acontecer: a queda será lenta, negociada, chorada…
Altamiro Borges, aqui, e Paulo Henrique Amorim, aqui, destacam fatos que demonstram a decadência da TV Globo.
O texto de Miro mostra que o Faustão – em crise de audiência (e de faturamento?) – demitiu a banda de músicos. E que o “Fantástico” enfrenta a pior crise de sua longa história. O Paulo Henrique relata como a audiência do “JN” encolheu em dez anos: o jornal apresentado por Bonner perdeu um de cada quatro telespectadores de 2000 para 2010 – são números oficiais do IBOPE.
São fatos. Não é bom brigar com eles. Mas é bom analisar esse proceso com cautela.
Quando entrei na TV Globo, em 95, o “JN” dava quase 50 pontos de audiência. Era massacrante. O “Globo Repórter” dava perto de 40 pontos.
Em 2005/2006, quando eu estava prestes a sair da emissora, o “JN” já tinha caído pra casa dos 36 ou 37 pontos (havia dias em que o jornal local conseguia mais audiência do que o principal jornal da casa) e o “Globo Repórter” se segurava em torno de 30 ou 32 pontos (programa que desse menos de 30 abria crise, era preciso sustentar a marca dos 30).
Esse tempo ficou pra trás. O “JN” já caiu pra menos de 30 pontos. E o Globo Repórter hoje patina em 24 ou 25 – dizem-me.
O “Jornal da Record” dobrou de audiência. Em São Paulo chega a 10 pontos, em outros Estados passa dos 12 ou 13. Nas manhãs, a Globo e a Record (com o SBT um pouco atrás) brigam pau a pau. E a Record vence em muitos horários matutinos, há meses. Aos domingos, a Globo também sofre. A grande jóia da coroa da emissora carioca é o horário nobre durante a semana: novelas+ JN. Nesse caso, os números revelam que o domínio da Globo se reduz, ainda que de forma lenta.
Muita gente espera o dia em que a Globo vai passar por uma hecatombe e deixará de ser a Globo. Acredito que isso não vai acontecer: a queda será lenta, negociada, chorada…
Haddad quer concurso nacional de professor e tempo integral
por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada
Saiu na pág. 5 do Globo:
“Vamos reforçar o ensino médio em tempo integral.”
“Ministro vai apresentar a Dilma plano para que estudantes tenham formação profissionalizante em turno complementar”.
Além disso, já em 2012, Fernando Haddad vai realizar um concurso nacional para professor.
De posse da nota, o professor do Rio Grande do Sul pode ir dar aula no Ceará, se um prefeito do Ceará pagar um bom salário e se interessar por aquele professor de bom desempenho.
“O magistério é uma categoria nacional”, disse Haddad.
Saiu na pág. 5 do Globo:
“Vamos reforçar o ensino médio em tempo integral.”
“Ministro vai apresentar a Dilma plano para que estudantes tenham formação profissionalizante em turno complementar”.
Além disso, já em 2012, Fernando Haddad vai realizar um concurso nacional para professor.
De posse da nota, o professor do Rio Grande do Sul pode ir dar aula no Ceará, se um prefeito do Ceará pagar um bom salário e se interessar por aquele professor de bom desempenho.
“O magistério é uma categoria nacional”, disse Haddad.
Governo pede investigação de ameaças contra Dilma por usuários do Twitter
As ameaças de morte feitas por usuários do Twitter contra a presidente Dilma Rousseff, durante a cerimônia de posse no sábado (1º), serão investigadas pelo Ministério Público Federal. O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) em entrevista à Rede Brasil Atual afirmou que enviou ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedido de abertura de investigação para que a denúncia seja apurada.
Segundo o deputado, as informações foram passadas também ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que se prontificou em levar o caso adiante e confirmou a abertura da investigação. "Se o Ministério Público julgar necessário, a Polícia Federal também ajudará nas investigações", afirmou o deputado. Segundo a constituição brasileira, incitação à violência é considerada crime.
Em trocas de mensagens no Twitter, alguns usuários pediam que um atirador de elite se prontificasse para "atirar" e "matar a presidente" durante o desfile em carro aberto até o Palácio do Planalto, durante a posse. Alguns do usuários do microblogue ao fazer a "sugestão" comparavam o fato ao atentado em que o ex-presidente dos Estados Unidos John Kennedy foi assassinado em 1963, durante o desfile, com um tiro na cabeça.
Dilma repreende general
Deu no Estadão
Dilma repreende general do GSI por fala sobre ditadura
Foi o primeiro 'puxão de orelha' de ministro do novo governo
A presidente Dilma Rousseff repreendeu hoje o general José Elito de Carvalho Siqueira, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), por dizer em entrevista, na segunda-feira, que não é motivo de vergonha para o País o desaparecimento de presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985). Foi o primeiro "puxão de orelha" de ministro do novo governo.
Escolhido para comandar os seguranças e arapongas do governo, José Elito pediu desculpas a Dilma pela declaração polêmica, segundo fontes do Planalto. Ao longo do dia, ele já tinha recebido recados de assessores de que Dilma não gostou do comentário sobre as vítimas do regime militar.
Ao ser recebido à noite pela presidente, ele chegou a jogar a culpa na imprensa, afirmando que sua declaração foi "mal interpretada". A presidente aceitou a desculpa.
Dilma repreende general do GSI por fala sobre ditadura
Foi o primeiro 'puxão de orelha' de ministro do novo governo
A presidente Dilma Rousseff repreendeu hoje o general José Elito de Carvalho Siqueira, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), por dizer em entrevista, na segunda-feira, que não é motivo de vergonha para o País o desaparecimento de presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985). Foi o primeiro "puxão de orelha" de ministro do novo governo.
Escolhido para comandar os seguranças e arapongas do governo, José Elito pediu desculpas a Dilma pela declaração polêmica, segundo fontes do Planalto. Ao longo do dia, ele já tinha recebido recados de assessores de que Dilma não gostou do comentário sobre as vítimas do regime militar.
Ao ser recebido à noite pela presidente, ele chegou a jogar a culpa na imprensa, afirmando que sua declaração foi "mal interpretada". A presidente aceitou a desculpa.
Coisas da posse
A posse da primeira presidenta do Brasil foi um acontecimento que abriu com chave de ouro o ano de 2011. Longe de ser apenas um conjunto de protocolos solenes, toda a simbologia daquele momento encheu de emoção milhares de brasileiros.
Como apoiador do governo que entra e do que sai, observei alguns pontos deste inesquecível dia primeiro de janeiro de 2011.
A cobertura jornalística da Band
Eram três ou mais comentaristas aprofundando e questionando, desnecessariamente, e a toda hora, cada parágrafo dos discursos de Dilma no Congresso e no parlatório. Tudo muito sizudo, jornalisticamente chato.
A cobertura desinteressada da Globo
Alexandre Garcia até que ia bem com aquela alegria de enterro, identificando de forma contextualizada os chefes de Estado que cumprimentavam Dilma. Mas aí a Globo voltou a ser a Globo e passou a transmitir o Caldeirão do Huk (enquanto as outras emissoras continuavam no batente). Lula não tinha, ainda, descido a rampa com Dilma para ir embora, como mandava o protocolo. Só fizeram isso bem depois. Desceram num dos momentos de maior emoção da posse, com o povo delirando ao se despedir de Lula. Enquanto isso a Globo perdia tudo, no Caldeirão do Huk.
A Tropa em revista
O fato de uma combatente de esquerda que foi presa e torturada por militares, ter passado as tropas em revista foi de um significado extraordinário. O que será que passava pela cabeça de Dilma naquele momento?
Como apoiador do governo que entra e do que sai, observei alguns pontos deste inesquecível dia primeiro de janeiro de 2011.
A cobertura jornalística da Band
Eram três ou mais comentaristas aprofundando e questionando, desnecessariamente, e a toda hora, cada parágrafo dos discursos de Dilma no Congresso e no parlatório. Tudo muito sizudo, jornalisticamente chato.
A cobertura desinteressada da Globo
Alexandre Garcia até que ia bem com aquela alegria de enterro, identificando de forma contextualizada os chefes de Estado que cumprimentavam Dilma. Mas aí a Globo voltou a ser a Globo e passou a transmitir o Caldeirão do Huk (enquanto as outras emissoras continuavam no batente). Lula não tinha, ainda, descido a rampa com Dilma para ir embora, como mandava o protocolo. Só fizeram isso bem depois. Desceram num dos momentos de maior emoção da posse, com o povo delirando ao se despedir de Lula. Enquanto isso a Globo perdia tudo, no Caldeirão do Huk.
A cobertura que não existiu da Cultura
A TV Cultura, do Estado de São Paulo, ou melhor, do Governo de Alkmin de São Paulo, estava alheia à posse. Transmitia outra coisa, indo na contra-mão de mais de dez emissoras que cobriam o evento.A Tropa em revista
O fato de uma combatente de esquerda que foi presa e torturada por militares, ter passado as tropas em revista foi de um significado extraordinário. O que será que passava pela cabeça de Dilma naquele momento?
domingo, 2 de janeiro de 2011
Lula não me engana
por Ronald Chira, no O que será que me dá?
Tudo que esse cara fez antes de ser presidente foi conquistar confiança, apoio e simpatia. Quando era um simples torneiro mecânico, soube organizar sua categoria num sindicato forte e atuante que fez história. Foi nesta época que o conheci. Lembro quando foi preso, como se fosse bandido. “Julgaram” a greve dos metalúrgicos do ABC ilegal e Lula, seu líder, foi preso. A fúria dos empresários devia-se ao fato de que aqueles trabalhadores não eram simples peões, peças de fácil reposição. Na época, ser metalúrgico era ofício quase de artesão. Não havia tecnologia e robótica como hoje. Para ser metalúrgico, tinha que ter talento, sensibilidade e precisão.
No final dos anos 70, eu era jovem e idealista. Fiz parte de um grupo de teatro que aderiu à luta dos metalúrgicos, assim como centenas de outros grupos que arrecadavam doações para ajudar no sustento de suas famílias. Nos esforçávamos para vender os bônus da greve, simples recibos de contribuição à causa. Muita gente organizava shows, eventos, churrascos, enfim, qualquer pretexto para arrecadar dinheiro. Foi construída uma pirâmide humana que levava o dinheiro até uma conta corrente e de lá era repassado para a compra de alimentos para as famílias dos grevistas. E estes trabalhadores, batalhando pelos seus direitos, simbolizaram os anseios da nova geração da esquerda brasileira. A luta foi uma das mais longas na história: quase dois meses. Foi a primeira ação política coletiva da qual participei. Mal sabia eu que estava vivendo o embrião do que viria a ser o Partido dos Trabalhadores. Mesmo antes de existir oficialmente, o PT já era uma camisa que vestíamos há algum tempo. E sua fundação foi um marco histórico. Uniu todas as vertentes da esquerda brasileira. Talvez seja por isso que é tão perseguido. E também por isso que cresceu tanto.
Lula não me engana. Foi conduzido à política quase contra a vontade. Entendeu que para modificar a realidade de milhares de trabalhadores iguais a ele, precisava alcançar novos instrumentos de transformação. Elegeu-se o deputado mais votado do Brasil e fundou o PT. Sua força cresceu por ser um líder autêntico, carismático e de origem humilde. Quando percebeu que outros sindicalistas, igreja, economistas, escritores, intelectuais, filósofos, artistas, enfim – boa parte das melhores cabeças pensantes do país filiavam-se ou passavam a apoiar o PT, teve a noção de que ser presidente não era utopia: era destino. Incorporou. Participou de todas as eleições seguintes sempre acumulando capital eleitoral.
Fez as campanhas eleitorais mais emocionantes que este país já viu. Uma das canções mais marcantes foi a inesquecível “LulaLá”, da campanha de 89. (Mesmo Collor confessou, recentemente, que na época, dormia com a canção “LulaLá” colada no ouvido…) Quase vira hino! Obrigou a direita a se mostrar, se assumir. “Ou você é a favor ou é contra. Contra ou a favor de quem? Do PT do Lula”. O PIG se esforçava para conter a avalanche. Não me esqueço da capa da Veja – uma montagem em que Lula aparecia cumprimentando Collor (antes do debate decisivo na Globo) como se estivesse numa escada, dois degraus abaixo, fundo preto. Depois teve aquela famosa edição dos “melhores momentos” do debate, retirando as falas de Lula do contexto, fazendo-o perder o sentido e parecer despreparado. Além disso, a Globo passou o dia inteiro da eleição exibindo flashes ao vivo do sequestro do empresário Abílio Diniz e atribuindo a ação a elementos ligados ao PT. Uma mentira que não durou 24 horas. Diniz, anos depois, ainda sentiria orgulho de apoiar Lula.
Tudo que esse cara fez antes de ser presidente foi conquistar confiança, apoio e simpatia. Quando era um simples torneiro mecânico, soube organizar sua categoria num sindicato forte e atuante que fez história. Foi nesta época que o conheci. Lembro quando foi preso, como se fosse bandido. “Julgaram” a greve dos metalúrgicos do ABC ilegal e Lula, seu líder, foi preso. A fúria dos empresários devia-se ao fato de que aqueles trabalhadores não eram simples peões, peças de fácil reposição. Na época, ser metalúrgico era ofício quase de artesão. Não havia tecnologia e robótica como hoje. Para ser metalúrgico, tinha que ter talento, sensibilidade e precisão.
No final dos anos 70, eu era jovem e idealista. Fiz parte de um grupo de teatro que aderiu à luta dos metalúrgicos, assim como centenas de outros grupos que arrecadavam doações para ajudar no sustento de suas famílias. Nos esforçávamos para vender os bônus da greve, simples recibos de contribuição à causa. Muita gente organizava shows, eventos, churrascos, enfim, qualquer pretexto para arrecadar dinheiro. Foi construída uma pirâmide humana que levava o dinheiro até uma conta corrente e de lá era repassado para a compra de alimentos para as famílias dos grevistas. E estes trabalhadores, batalhando pelos seus direitos, simbolizaram os anseios da nova geração da esquerda brasileira. A luta foi uma das mais longas na história: quase dois meses. Foi a primeira ação política coletiva da qual participei. Mal sabia eu que estava vivendo o embrião do que viria a ser o Partido dos Trabalhadores. Mesmo antes de existir oficialmente, o PT já era uma camisa que vestíamos há algum tempo. E sua fundação foi um marco histórico. Uniu todas as vertentes da esquerda brasileira. Talvez seja por isso que é tão perseguido. E também por isso que cresceu tanto.
Lula não me engana. Foi conduzido à política quase contra a vontade. Entendeu que para modificar a realidade de milhares de trabalhadores iguais a ele, precisava alcançar novos instrumentos de transformação. Elegeu-se o deputado mais votado do Brasil e fundou o PT. Sua força cresceu por ser um líder autêntico, carismático e de origem humilde. Quando percebeu que outros sindicalistas, igreja, economistas, escritores, intelectuais, filósofos, artistas, enfim – boa parte das melhores cabeças pensantes do país filiavam-se ou passavam a apoiar o PT, teve a noção de que ser presidente não era utopia: era destino. Incorporou. Participou de todas as eleições seguintes sempre acumulando capital eleitoral.
Fez as campanhas eleitorais mais emocionantes que este país já viu. Uma das canções mais marcantes foi a inesquecível “LulaLá”, da campanha de 89. (Mesmo Collor confessou, recentemente, que na época, dormia com a canção “LulaLá” colada no ouvido…) Quase vira hino! Obrigou a direita a se mostrar, se assumir. “Ou você é a favor ou é contra. Contra ou a favor de quem? Do PT do Lula”. O PIG se esforçava para conter a avalanche. Não me esqueço da capa da Veja – uma montagem em que Lula aparecia cumprimentando Collor (antes do debate decisivo na Globo) como se estivesse numa escada, dois degraus abaixo, fundo preto. Depois teve aquela famosa edição dos “melhores momentos” do debate, retirando as falas de Lula do contexto, fazendo-o perder o sentido e parecer despreparado. Além disso, a Globo passou o dia inteiro da eleição exibindo flashes ao vivo do sequestro do empresário Abílio Diniz e atribuindo a ação a elementos ligados ao PT. Uma mentira que não durou 24 horas. Diniz, anos depois, ainda sentiria orgulho de apoiar Lula.
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