Do Blog do Humberto Costa
Líder do PT no Senado e ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, vai defender mais uma bandeira na Casa: a criação de mais faculdades de medicina pelo interior do País. "Se não acompanharmos o desenvolvimento regional, vamos ter problemas logo adiante, porque gasta-se no mínimo seis anos para formar um profissional médico", alertou Humberto, que é presidente da Subcomissão de Saúde do Senado.
Humberto disse ainda que, apesar das resistências, é necessário quebrar o corporativismo que alimenta a criação de reservas de mercado. "Quando fui ministro da Saúde, colocamos em debate o serviço civil obrigatório, como retribuição ao SUS daqueles estudantes da graduação ou em nível de pós-graduação. Mas nos esbarramos na corporação médica que resistiu, argumentando que não poderíamos impor nada a ninguém. No entanto, a formação de um médico custa muito caro ao Estado", observou.
O líder também lembrou que em 1980 formava-se por ano 420 médicos em Pernambuco. A partir de 1983, por iniciativa de um movimento da categoria, o número de formados caiu drasticamente pela limitação no número de vagas. "De 1983 para cá, Pernambuco deixou de formar 5.400 médicos e hoje, sem aumento de vagas ou de novas faculdades, a redução desse déficit leva um tempo maior", disse ele.
O senador lembrou ainda a ausência de profissionais nos estados do Norte do País.Humberto lembrou a criação das 2.700 vagas de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), mas faltavam atrativos para fixar os médicos.
"A unidade tinha equipamento, leito, insumos, mas não tinha médico especialista em UTI. E há cidades que mesmo oferecendo salários de R$ 18 ou R$ 20 mil reais, os médicos não aceitam o trabalho porque há escassez de outros serviços na cidade e na região", afirmou.
Humberto também defendeu a melhoria das condições de trabalho de profissionais dedicados a àrea. "Devemos valorizar determinados segmentos e isso não se concentrar apenas no salário", observou. O senador, no entanto, questionou a decisão de determinados segmentos de interromper os serviços médicos em protestos para a melhoria de salário.
"A questão é ter compromisso ou não com a sociedade. O médico não pode ser igual a um comerciante que monta um negócio para ganhar dinheiro. Tem de ter compromisso social, entender seu papel não só o médico, mas todos os profissionais de saúde", disse.
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